quinta-feira, maio 24, 2018

Leituras em movimento

"A guerra tinha sido rentável. A Bayer arrendou mão de obra em Mauthausen. A BMW contratava em Dachau, em Papenburg, em Sachsenhausen, em Natzweiler-Struhof e em Buchenwald. A Daimler, em Schirmeck. A IG Farben recrutava em Dora-Mittelbau, em Gross-Rosen, em Sachsenhausen, em Buchenwald, em Ravensbruck, em Dachau, em Mauthausen e explorava uma fábrica gigantesca no campo de Auschwitz: a IG Auschwitz, que, com todo o impudor, surge com esse nome no organigrama da empresa. A Agfa recrutava em Dachau. A Shell, em Neuengamme. A Scheneider, em Buchenwald. A Telefunken, em Gross-Rosen e a Siemens, em Buchenwald, em Flossenburg, em Neuengamme, em Ravensbruck, em Sachsenhausen, em Gross-Rosen e em Auschwitz. Todos se tinham precipitado sobre essa mão de obra tão barata."


A Ordem do Dia,  Éric Vuillard

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